sábado, 13 de março de 2010

eu já tinha desistido do blog, posto que só eu postava e mesmo assim, só quando tinha eclipse solar completo. mas o último post, da Larissa, me deu um ânimo. alguma coisa nesse estilo:

"Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não parar de remar também." (Caio Fernando Abreu - eu amo muito esse cara)

no caso, não exatamente um barco, mas um blog. esse aqui.

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mas então... o que eu queria dizer e já queria dizer há um bom tempo é que nós sobrevivemos. dois mil e nove foi um ano maldito, frustrante. foi um ano sem grandes ideias, sem nenhum lazer, sem objetivos nobres. um ano praticamente sem sexo, drogas e rock'n'roll.

agora eu sou caloura de Filosofia e chego na UERJ às 7h quatro vezes por semana. eu tenho tempo pra cantar no Villa Lobos, pra malhar, pra respirar, enfim. a Deborah mora sozinha em Seropédica pra cursar Hotelaria na Rural. e a Larissa vai ser museóloga da UniRio (era isso mesmo?).

o mais importante nisso, percebam, não é a vitória de passar no vestibular. é a conquista da dignidade. e isso porque eu afirmo, categoricamente: é muito mais digno pedir dinheiro pintada de verdinho no Maracanã do que chorar de desilusão madrugadas a fio nas minhas frstradíssimas tentativas de aprender a programar. e digo com orgulho que fui aprovada pelo conselho de classe: não passei de ano em Química nem em Java, muito pelo contrário. e foda-se, nunca mais, se existir justiça divina vou ter que lidar com isso na minha vidinha suburbana classe mérdia. e foda-se, de novo.

hoje, dia 13 de março, vai ser a nossa festa de gala. último rito de passagem, uma canção de celebração e alívio, um grito quase orgásmico: nós conseguimos, sim. isso é nosso e ninguém tira.

valeu, galere. é só isso que eu queria dizer: somos foda pra caralho.

bisous a todos,
Lis.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fim de ano.

projeto final de Engenharia de Software valendo 10 pontos e 150 horas de estágio, falta o código, a documentação e os slides, mini-monografia e almanaque de Históra valendo 2,5 e o meu fígado, PAF de Química, PAF de Java, PAF de Português, PAF de Matemática, PAF de VB, PAF de História, UFF domingo, ENEM no outro fim de semana, UERJ no outro e em Janeiro UFRJ, papéis do estágio pra preencher e o orientador de luto, uma solo pra fazer na colação de grau e o maestro de luto, uma redação pra receber e a professora de quase-luto. cacete, cadê o meu pen drive?

sempre achei PAF um nome sonoro pra uma recuperação. Porra, Agora Fudeu. PAF! uma porrada da sua cara. ou seis, se você for a Laís Franco.

e no meio disso tudo eu me pergunto: em que momento exatamente, nós, almas perdidas, vestibulandas e informatizadas perdemos toda a nossa intergridade moral e o nossa dignidade por inteiro.

é, é isso que eu tenho a dizer, postando por sugestão da Giovanna, enquanto nos matamos no laboratório fazendo todas essas merdas que a gente... bem, não quer mais fazer.

foda-se, vou ali me matar.

beijos,
Lis.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

não encham o saco de Sarkozy.

longe de entender de política, e mais longe ainda de querer defender algum político, sou mais uma boba alegre. mas há algumas semanas tava discutindo alguma coisa sobre economia mundial numa roda de amigos. adolescentes que acham que entendem de tudo, sabe? é divertido. enfim, aí no meio de tudo alguém - que eu já não lembro mais quem foi, foda-se - soltou algo nesse sentido:




"aaah, crise tá acabando? acabando nada! todos os países mais desenvolvidos do mundo tão uma merda! vê a França, por exemplo: tá um desemprego do cacete, bla bla bla, e o Sarkozy com isso? Sarkozy não faz nada! é um idiota!"



não tenho ideia do que o Sarkozy anda fazendo - ou não - na França e quero continuar sem saber. mas acho que entendo ele...

FODA-SE a França! eu no lugar dele também não ia querer fazer porra nenhuma!

a nível de esclarecimento: se você acaba de voltar de uma temporada de dois anos num monastério e não a reconheceu, na foto é a divina primeira dama francesa, Carla Bruni, que já nasceu linda e rica. vamos erguer as mãos e morrer de inveja.

beijos,
Lis.

domingo, 14 de junho de 2009

twitter maldito...

em primeiro lugar: tá abandonado sim. foda-se.
em segundo lugar: ninguém vai ler. foda-se.

eu não preciso de um público, eu não preciso de um palco pras minhas palavras. eu só preciso de mim.

há algumas semanas eu descobri o twitter e tenho postado lá. bem, acho que foi isso que me deu vontade de voltar aqui: aqueles malditos 140 caracteres não me servem de merda nenhuma, nunca. eu só chego lá e escrevo qualquer merda tipo: "tô na aula", "tô na casa de cicrano", "tô de saco cheio", "tô cagando" ou qualquer coisa nesse sentido. e eu odeio isso, odeio ter que ser contida, eu sou um oceano! eu tenho uma gigante necessidade de falar o que eu penso quando julgo conveniente!

por isso estou aqui. pra falar o que eu penso. e o primeiro pensamento que me ocorre é: eu mudei. sei lá, foda-se, todo mundo muda todo dia, mas eu mudei, de verdade. há um tempo atrás eu sofria, é, igual a todo mundo. e chorava e me descabelava e queria que o mundo todo soubesse tudo que estava se passando comigo. lógico, eu não deixei de ser humana, não parei de ter problemas igual a todo mundo, não deixei de sofrer por eles. mas a despeito de qualquer sentimento, faço questão de levar meu sorriso estampado, pregado na cara, pra quem quiser olhar. e se alguém, qualquer um, estiver esperando que eu me mostre abalada, e carregue minha dor pungente, dividindo-a com quem estiver por perto, esse alguém vai se frustrar seriamente, porque EU VOU PASSAR RINDO! e qualquer um que estiver perto de mim vai ficar feliz!

a minha felicidade é de todo mundo. agora, do meu sofrimento, cuido eu. e no máximo as pessoas em que eu mais confio. e quem quiser ter pena, que vá se fuder.

sei lá, tô fazendo esse post porque às vezes você vê alguém que você ama sofrendo e se martirizando, e você quer ajudar, mas não consegue. primeiro porque você pensa e não consegue expressar. segundo porque você se esforça e diz algo, mas parece que a pessoa queria ou precisava ouvir exatamente o contrário e você se desespera porque não sabe se foi você que pensou errado, ou falou errado, ou se foi a pessoa que entendeu errado, ou tá muito cega de sofrimento pra saber que o que você falou tava certo, ou se.. sei lá, você não sabe nem se existe um certo ou um errado em alguma coisa porque tem alguém que você ama sofrendo e isso te faz sofrer junto! arght, que merda!

enfim, foda-se. ninguém vai ler, e se alguém ler não vai entender.

mudando de assunto drasticamente, daqui a exatamente uma semana é a prova da UERJ. eu tenho 16 anos e sou uma adolescente idiota (opa, pleonasmo!), e daqui a uma semana eu começo a decidir a merda do meu futuro. o que eu escolher agora é o que eu vou ser pro resto da minha vida, ou o que vai atrasar o resto da minha vida. não é desesperador? >.<

bom, dane-se isso tudo. eu já falei o que eu tava pensando, que era o meu objetivo e eu tenho uma aula daqui a pouco (é, no domingo de manhã!). eu vou dormir e esperar pra ver se alguma coisa faz sentido.

beijos ao vento,
Lis.

sábado, 7 de março de 2009

aaah, Kreutzer!

são exatamente 4:30 da manhã enquanto eu começo a escrever isso, então acho que o post deve iniciar com um 'bom dia, amiguinhos'. o blog, apesar de estar a quase dois meses parado não foi abandonado. eu, Lis, estou aqui, cheia de vida e vontade de falar. o fato é que eu sou a única, nesse horário: ninguém tá mais a fim de ouvir nada. a saída? escrever, oras.

há algumas semanas eu tive a oportunidade de ver o explêndido "Minha Amada Imortal", que munido de uma proporção extra-absurda de emoção, fala sobre a vida do gênio Ludwig Van Beethoven e arranca lágrimas de adolescendes deprevinidas, tais como eu.
antes do filme, já conhecia a fantástica "Sonata a Kreutzer", mas depois dele iniciei um caso de amor com a tal sonata, me deleito ouvindo-a seguidamente, e deixei repetindo enquanto escrevo, inclusive.
a cena que me tocou e me fez gostar tanto de algo que eu já conhecia foi a seguinte: a bela música sendo executava por um pianista e um violinista e o personagem do secretário de Beethoven (cujo nome não me ocorre no momento) que ainda não conhecia o maestro pessoalmente assiste, extasiado. é quando chega o gênio, brilhantemente interpretado pelo divino Gary Oldman. não me lembro por quê, explica a sonata, mais ou menos com estas palavras: "um homem é deixado por sua amada. sua carruagem atola na lama e ele fica preso por uma noite em meio a uma tempestade e quando finalmente chega ao hotel onde os dois se encontrariam ela já não está lá. esse é seu grito de aflição."
chorei na cena, até achar que chegava perto de desidratar. e depois continuei chorando. não adianta, me chamem de idiota, mas arte mexe demais comigo. outras pessoas a quem eu indiquei filme não viram tanta graça assim. eu simplesmente achei LINDO, ué. acontece.
mas enfim, depois do filme comecei a me questionar... eu já me envolvi com diversas formas de manifestação artística. sou apaixonada por teatro, que fiz por dois anos e meio, praticante ocasional de fotografia artística ambiental e urbana, canto em um coral (embora saiba que realmente, essa não é a minha melhor forma de expressão. é apenas a que cabe no meu horário...), me atrevo a escrever de forma amadora, mas apaixonada, por vezes publicando aqui, e até desenho, de forma mais amadora ainda. talvez tenha mais coisa nessa lista, que eu não esteja lembrando. mas será que alguma vez, fazendo alguma dessas coisas, em um lapso de genialidade, eu consegui passar a alguém uma pequena parcela da emoção que essa sonata agora causa em mim?
bem, acho que a resposta é simples: claro que não. não consigo sequer me arriscar a dizer que alguém já o tenha feito. isso é talento nato, pra deixar qualquer artista de boteco como eu, babando, absolutamente fascinado. isso é arte que estimula cada célula do corpo. chega a doer de tão bonito.
mas apesar de eu saber que eu e minhas dúvidas nunca vamos nem chegar a sonhar com isso, acho que eu me dou por satisfeita em viver eternamente tentando produzir algo bom. em bom subentenda-se: algo que transmita emoção assim, purinha.
e se esse post servir pra alguém se interessar em ouvir a sonata ou ver o filme, a minha sensação será: dever cumprido.

post encerrado, gostaria de fazer alguns adendos. coisas que talvez ninguém queira saber, mas aí é só pular essa parte.
hoje é dia 7 de março. amanhã eu completo meus medíocres 16 anos. segunda feira as aulas voltam e eu não vou mais ter tempo de postar, por um motivo muito simples: ano de vestibular e eu quero estar na USP ano que vem. as aulas me ocuparão de 13h às 18h, mais uma hora e meia pra ir e outra pra voltar da escola, mais algumas aulas de manhã do técnico, mais todos os aprofundamentos a que eu puder assistir de manhã mais o pré-vestibular até às 22h, mais todo o tempo que eu tiver livre me dedicando a estudar em casa, ou ler revistas e jornais pra me manter informada sobre tudo que estiver acontecendo pra poder gabaritar minha redação, posto que eu corro o risco de quase zerar a parte de exatas. exatas das quais eu não entendo nada, mais conheço o princípio físico básico de que eu não posso estar lá e aqui ao mesmo tempo. aí é uma questão de prioridades, sabe? portanto esse é um post despedida: eu não tenho a mínima ideia de quando poderei estar aqui de novo. espero que alguém sinta falta de ler o que escrevo, mas duvido muito que ocorra.
a Larissa e a Deborah também estarão dignamente ocupadas estudando e o blog vai ficar em hiatus, até Deus sabe quando.
portanto, até a volta, amiguinhos. paz pra vocês.

e o show do Radiohead dia 20 vai ser foda.

beijos,
da artista-vestibulanda-desiludida, Lis.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Lots of laughts.

Olá meus queridos.
Sem querer interromper o andamento do post-desabafo da Deborah, que deve estar aproveitando sua estadia em Portugal mas já interrompendo, vim aqui dizer oi pra todos e avisar para nossos leitores que eu Amaya, me encontro viva e saudável às três e meia da manhã de 14 de janeiro. E pensando.

Bem, todo mundo já deve saber que estamos no último ano da nossa queriiida escola, e não sei porque mas meu estômago se revira desconfortavelmente com a idéia de que irei encerrar essa etapa da minha vida, mas porra, essa hora tem que chegar mais cedo ou mais tarde.
Realmente o meu balde vai voar longe , em todos os sentidos.
Só sei que percebi nesses primeiros dias do ano uma corrente muito forte de otimismo por parte das pessoas. Até que é mesmo, pensando bem o mundo (me refiro também aos nossos mundos) precisa de uma mudança urgente e de um descanso. Uns flash-mobs nas grandes cidades cairiam bem, é a cara do século 21.

Eu não sei porque diabos, mas peguei a mania irritante de falar lol a cada cinco minutos, por qualquer motivo idiota. Não é mania de nerd (mentira, é) e eu queria realmente saber o porque disso, já que não convivo com os nerds da sala há mais de um mês.

To indo na praia com uma frequência estapafúrdia e agora eu oficialmente não sou mais da etnia asiática/ameríndia/polonesa/inglesa (sim, eu tenho INGLÊS na família O.O) pois meu cabelo resolveu se rebelar de vez ficando DURO e eu tô muito preta. Acontece de você pintar o cabelo desde os dez anos, ter tido ele de várias cores inclusive ROSA ,AZUL E ROXO e querer que ele volte a ser liso escorrido. Nem me perguntem se vou pintar de novo, não quero ver tinta pelos próximos 350 dias. Mas cá entre nós, mudando de assunto: não é nada legal pisar em uma latinha de skol e cortar o pé, pessoas que jogam lixo na praia deveriam ir presas, lol. Em que mundo eu vivo. (Alguém já foi na exposição do corpo humano no centro?)

Também acontece de você pegar uma gripe de duas semanas atrás e acontece mais ainda dessa gripe não querer te largar. Logo eu que sempre fui tão saudável, pulando o café da manhã e comendo temakis no almoço. Passei de soprano pra barítono em menos de uma semana
.
Fora tudo isso, ainda tem a perspectiva do estágio, que vai fuder
com todos os meus planos de coisas extra-curriculares que eu queria fazer. Pois é, mau humor garantido nos fins de semana, mas a única coisa boa é que voltarei a viver na casa de mamãe. Essa coisa de ser nômade é boa, mas isso é para os fortes e nesse momento me sinto bem desanimada. Isso significa pegar ônibus e ir sentada até em casa =).


Resumindo: as férias vão ok, obrigada.
E como é difícil escrever sem acento.

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Encerro esse post curtinho com uma frase altamente filosófica:


"Porra cara, pra tu comer um bagulho desses tem que ter muita raiva do seu pau"

Meu digníssimo pai falando para Marcola de um travesti que estava na fila do banheiro dentro do restaurante em que nos encontravamos. Reveillon de Copacabana, 1 de janeiro. Reflitam.


Namastê.